Os filhos devem ser ensinados pelos pais a ver programas televisivos gratificantes e enriquecedores, como a não ver aqueles que possam trazer degradação à sua dignidade humana. Se os pais não ensinarem os filhos a ver televisão, quem o fará?
Temos de ensinar aos filhos que não se deve "ver televisão", mas sim "ver programas de televisão". Assim teremos capacidade de selecionar e discriminar os programas que são construtivos e os que não são. Devemos perguntar aos nossos filhos: "Que programa querem ver?", e não: "Querem ver televisão?".
Evite ficar "preso" a televisão vendo o que estiver passando no momento.
Uma boa maneira de pôr em prática as idéias anteriores é não ter à mão o controle remoto, que nos cria o costume de mudar constantemente de canal, e dessa forma "ver qualquer coisa" que estiver passando e não selecionar anteriormente a programação.
Nunca coloque um aparelho de televisão no quarto de seus filhos. Este costume incentiva o isolamento e provoca uma dependência da televisão que é contrária à vida de família. Uma dependência sem regras da televisão impede o convívio familiar e a intimidade que a família deve cultivar.
É conveniente ter um horário pré-estabelecido para ver programas de televisão. Como todas as coisas, a televisão tem de ter "o seu lugar" na vida familiar, juntamente com outras atividades.
Não use a televisão como uma "babá eletrônica", pois ela não cuida verdadeiramente dos nossos filhos, especialmente se os deixarmos ver "o que está passando", principalmente quando os pais trabalham.
A capacidade de imitação que nossos filhos têm deve ser orientada para o conhecimento de personalidades reais e exemplares (por exemplo: esportistas, heróis da nossa história, poetas destacados, etc) e não para "heróis imaginários" e inexistentes como os dos filmes e desenhos.
Se for possível, é muito conveniente que os pais vejam televisão com os filhos. De maneira que possam observar as reações e efeitos que o programa que estão assistindo provoca neles.
Nem todos os programas são vantajosos. Prefira aqueles que têm a ver com o revelar de valores familiares e espirituais, amor pela natureza, ocupação positiva de tempos livres, estudo e desenvolvimento da cultura, etc., e não aqueles programas superficiais e sem fundamento.
Nem todos os programas chamados "infantis" ou voltados para uma determinada faixa etária têm um conteúdo adequado. Nós, pais, devemos orientar os nossos filhos nesse sentido, o que vai nos obrigar a obter informações sobre este programa e conversar amistosamente com nossos filhos sobre as vantagens e acréscimo deste conteúdo em suas vidas.
Qualquer programa que inclua erotismo, sexualidade, violência, maldade, promiscuidade, delinqüência, racismo, etc., não é apto para o desenvolvimento da personalidade, a formação do caráter e aquisição de bons costumes, e principalmente a inclusão dos princípios bíblicos em nossas vidas.
Há que ter presente que os filhos devem aprender os valores morais antes de tudo, no domínio e no convívio familiar, e não com os personagens e ações da televisão.
Os pais devem fazer esforços para procurar outras alternativas de distração à televisão: visitas a museus e parques naturais, sessões de teatro, projeção de vídeos, fomentar conversas familiares, praticar ações solidárias a favos dos outros, enfim, algo que possa substituir o tempo levado na frente da televisão.
Inevitavelmente, e apesar dos nossos esforços, haverá conteúdos televisivos contrários aos valores familiares, na escola, na casa do colega, etc. É por este motivo que nós, pais, devemos fazer o necessário para analisar e discutir os conteúdos televisivos, de preferência numa reunião em família. Isso não só enriquece a comunicação familiar, mas também é uma boa maneira de dar um apoio à educação dos nossos filhos, evitando que se enraízem neles maus conteúdos televisivos.
As famílias, pouco a pouco, podem criar uma coleção de vídeos com filmes e documentários de interesse dos seus filhos, porém que estejam inseridos os valores espirituais e morais praticados pela família.
Preste atenção especial aos anúncios comerciais, estes podem ser tão perigosos como os maus programas de televisão. Fique atento para que a televisão não os torne pessoas superficiais ou consumidores de tudo o que se anuncia. Nunca se deve fazer caso da publicidade de jogos que incitem à violência, à discriminação ou ao racismo.
Ver ou não ver televisão, não deve significar para nossos filhos, uma questão de prêmio ou castigo. Isso valorizará a televisão sem que ela mereça.
Os pais devem iniciar os seus filhos, segundo a sua idade e desenvolvimento, numa prudente e positiva educação sexual, na qual se evite que uma imagem distorcida da mulher e do sexo seja transmitida, pouco a pouco, por meio da televisão.
Devemos lutar para que qualquer programa de televisão, realizado em ética, sem respeito pelos valores e pelos direitos das crianças e jovens, seja qualificado como um delito pela legislação nacional. A má televisão ou "programação-lixo", tem como origem o desprezo pelos jovens e crianças como pessoas.
A "programação-lixo" faz com que nossos filhos confundam realidade e ficção, desorientam-se e ficarão equivocados na compreensão do valor e do sentido da vida, e irão deformar a sua própria consciência. Não podemos compactuar com a má qualidade desses programas deixando-os ver, isso equivale a tornar-se cúmplice dessas pessoas que distorcem os valores e os direitos de nossos filhos.
A "programação-lixo" é caracterizada pela prática de atitudes grosseiras, os hábitos e comportamentos anti-sociais, as linguagens obscenas, a perda do sentido da autoridade, a vulgaridade e a frivolidade, a visão distorcida do sexo, o direito a condutas menos corretas, desrespeito a vida humana, coloca em dúvida a utilidade dos valores morais e espirituais, abala as estruturas familiares pondo em dúvida o sentido de família, impõe heróis imaginários com práticas contrárias aos nossos costumes, desqualifica a igreja e seus ensinamentos, e principalmente: questiona a existência de Deus, inserindo outros "deuses" e objetos de adoração.
Como pais e educadores, devemos fazer compreender aos nossos filhos e alunos que a televisão não é imprescindível nem é o único meio para ocuparem o seu tempo livre.
Finalmente, o exemplo é uma terapia eficaz. Se os pais vêem muita televisão, e televisão de má qualidade, com que critério vão evitar que os seus filhos vejam os programas que são negativos para eles? Portanto sirva como exemplo a sua família, amigos, alunos e igreja.
Ministra de Educação Religiosa Profª. Rúbia de Cunto
Pedagoga, Pós-Graduada em Psicopedagogia e Bacharel em Educação,
Profa. do ICER, Seminários e do Estado RJ de Ensino Religioso e
Presidente da AERC-BC - Associação de Educadores Religiosos
Membro da Igreja Batista Memorial em Rocha Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu recadinho para nós: